Páginas

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

À mesa com a Frugalidade

Com uma família numerosa, cozinhar torna-se uma tarefa quase hercúlea. Os tachos e as panelas são cada vez de maiores dimensões, a quantidade de batatas, arroz, cebolas, carne, peixe, azeite é a duplicar e às vezes a triplicar. 

Cá em casa cozinha-se sempre "a mais", não vá alguém querer repetir uma terceira ou quarta vez. Por isso, frequentemente (senão todos os dias) sobra comida. Comida que nem chegou a ir para a mesa, porque era tanta que nem coube na travessa. Há refeições que dão para congelar, mas não somos adeptos disso, preferimos acabar o que sobrou refeição seguinte.

Ainda hoje ao almoço fiz bacalhau. Tinha congelado depois de demolhado dois generosos lombos. Cozi-os e desfiei. Quase sempre desfio o peixe pois rende mais em prato do que se for em posta.

Com a água de cozedura do bacalhau cozi as batatas e noutra à parte os ovos. Fiz um refogado com azeite, alho e cebola, coloquei o bacalhau desfiado e os ovos cortados em pedaços. Servi a batata cozida à parte.

Ora bem, meninas, isto foi uma refeição daquelas que duram e duram. Almocei eu, o meu marido (que repetiu) e a Benedita. Pois que ainda sobrou imenso. Pediu-me logo para fazer pastéis de bacalhau para levar para o trabalho.
Guardei o suficiente para o jantar dos nossos filhos (que está na frigideira em cima), que nós iríamos comer a carne que sobrou de ontem (prefiro dar peixe aos pequenos). Além do que coloquei na frigideira para eles ainda sobrou (na panela em baixo). 
Lá fui fazer os pastéis de bacalhau. 23. Caramba que só juntei dois ovos, nem fiz mais nada pois já tinha tempero do refogado e ainda rendeu 23 pastéis. (quando tirei a fotografia, o marido já andava a petiscar neles!).
Logicamente, quem se importar de comer as sobras, ou restos, este post não faz sentido nenhum. Mas, nós como família frugal não nos importamos, e eu como mãe e dona de casa, consigo ter sempre comida pronta no frigorífico e consequentemente mais tempo para os banhos demorados dos filhos antes de jantar, ou para as limpezas da casa na parte da manhã.

Não consigo associar o aproveitamento das sobras de almoço, ou jantar, como uma medida principal de poupança (apesar de poupar ser uma consequência), mas sim uma maximização de recursos disponíveis e uma minimização de desperdício alimentar. Daí a frugalidade também na cozinha. Rentabilizar o máximo o que se tem, com o que se tem, deixando tempo e dinheiro para o mais importante.

Obviamente, quem não pensar assim, também poderá optar por cozinhar racionalmente, ou seja, cozinhar a porção certa que irá comer, evitando também o desperdício.

Sem comentários:

Enviar um comentário