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quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Quando se tem uma relação amor-ódio, o melhor é esquecer


 
É assim que defino a minha relação com o dinheiro. Se tenho amo-o, se não tenho, odeio-o. Se possuo o suficiente para comprar algo que precise, gosto muito dele; se o que tenho não chega para comprar, odeio-o.

É dessas relações complicadas. E chatas. E como tudo na vida, há que atingir o meio-termo, o que para mim, é fazer das tripas coração, porque eu sou de extremos. Comigo ou é tudo ou não é nada. Um meio-termo era isso que fazia falta. Um ponto fulcral no equilíbrio financeiro e mental.

Quando ainda andávamos a ver casas para nos mudarmos, ainda estávamos em modo "sonho", uma vez que as despesas ainda eram bastante mais altas do que quando efectivamente comprámos esta casa. Estávamos a pagar o crédito do carro e as prestações do crédito pessoal que fizemos para as obras da cozinha nova para o apartamento. Mudar de casa estava nos nossos planos, ainda que longínquos. 

Após amortizarmos antecipadamente esses créditos que nos impediam de seguir a nossa vida, restou-nos apenas o crédito habitação do apartamento, e aí sim, decidimos ir ao banco para a compra da nova casa. Sobre as amortizações falarei noutro dia.

Mas como ir pedir um segundo crédito habitação nas nossas condições? Ainda nos faltava um pouco de confiança em nós próprios. Eu já conhecia os valores praticados em comissões de dossier, comissões de avaliação e escrituras. E nós não tínhamos esse dinheiro imediatamente.

Pois que há que arregaçar as mangas e lutar pelo que queremos, porque se não formos nós a lutar, quem o fará por nós?

 Assim, tendo os créditos todos pagos (à excepção de um), fomos a um outro banco (sem ser o nosso), e criámos uma conta depósito a prazo com o intuito de acumular todos os meses dinheiro suficiente para nos pagar (pelo menos) essas despesas iniciais de compra de casa. Assim já nos iríamos sentir mais confiantes.

 Em seis meses conseguimos o valor e avançámos.

Logicamente, o depósito a prazo ficou a zeros, mas todos os meses continuamos a colocar dinheiro. Já tenho lido em vários sites a recomendação de poupar 10% do ordenado e não concordo absolutamente nada com isso. Uma pessoa a ganhar o mísero ordenado mínimo deste país, face a despesas, como a luz, água, alimentação, pouco lhe sobra para poupar. Estes três elementos da factura do orçamento familiar estão elevadíssimos e torna-se uma ginástica mesmo impossível conseguir poupar 10%.

Poupa-se O QUE se pode, QUANDO se pode. Ou seja, coloca-se dinheiro de parte, e esquece-se que ele lá está. Isso é que eu chamo de poupar. É viver sem sacrifícios, viver dentro das nossas possibilidades, sem abdicar de nada do que seja necessário, e conseguir colocar dinheiro de parte sem precisar dele (esquecer que tem esse dinheiro, uma vez que não faz falta).

Esse dinheiro "esquecido" vai servir para fazer amortizações antecipadas de créditos, pagar as férias, pagar uma viagem, pagar um imprevisto qualquer, pagar seguros e selos de automóveis. Vai servir para pagar despesas de maior importância, sejam elas quais forem.

Esse dinheiro "esquecido" vai pagar os vossos sonhos.

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