Transformar uma cómoda e colocá-la num sítio improvável

 

Mais um achado antigo, desta vez na oficina do meu sogro. Andou em arrumações e tinha lá esquecida uma cómoda que tinha pertencido aos seus pais (avós do meu marido). Como ele sabe que nós havíamos de lhe dar uso, depois de a restaurarmos, perguntou-nos se a queríamos porque ele ia deitá-la fora.

Já temos a cómoda na nossa garagem e agora um sítio para a pôr? Não fica nada bem nos quartos dos miúdos, no nosso também não. Os halls estão ocupados e as salas também. Oh espera! A cozinha tem uma parede vazia porque juntei o frigorífico e a arca vertical (a parecer um frigorífico americano, que eu não tenho dinheiro para esse sonho). E se puséssemos a cómoda na cozinha?

Que ideia tão disparatada. Uma cómoda na cozinha. Realmente há cá com cada ideia. Bom, vamos arranjar e depois vemos.

Retiram-se os puxadores velhos. Retira-se o tampo que está danificado. Lixa-se e volta se a lixar. Limpam-se as fechaduras. Passa-se o Bondex. Já tem outro aspecto. 

Passa-se spray dourado nas fechaduras antigas e colocam-se os puxadores novos. Forram-se as gavetas com papel autocolante. Já está quase como nova.

Tivemos uma ideia para o tampo. Em vez de mandarmos fazer ao carpinteiro (e gastar dinheiro), porque não pomos a pedra mármore que arrancámos da cozinha, quando pusemos o granito para a placa de indução, e aproveitamos metade do tampo que está bom para fazer uma prateleira?

Caramba que gosto mesmo de como ficou na cozinha. Adoro. Custo? Os puxadores, 1 euro cada um. O resto tínhamos tudo em casa de outros projectos. 

Cada vez gosto mais deste estilo de vida. Aguça-nos a criatividade.

Organizar as peças dos puzzles dos miúdos

 

Quem tem filhos pequenos nunca consegue ter a casa organizada. Quanto maior é o número de filhos, mais brinquedos aparecem vindos nem sei de onde, e a casa, por muito que a arrume, tem sempre um cantinho num caos.

Eles têm muitos puzzles apenas para a idade deles, que estão arrumados na parte de baixo da cristaleira na sala principal. No Verão é raro fazerem-se jogos de tabuleiro, mas agora no tempo frio, os miúdos gostam imenso de se sentarem à mesa cada um com o seu jogo, puzzle ou material de pintura. 

A Constança anda na onda da Doutora Brinquedos e das Princesas da Disney (eu se tivesse 3 anos também!), o Gustavo prefere os desenhos e os recortes com tesoura e a Benedita o que gosta mesmo é de danificar as caixas de cartão! Diverte-se à brava.

Pois que fiquei com alguns puzzles com caixas estragadas e não queria mesmo nada colá-las com fita-cola, acho isso tão feio.

Lembrei-me de umas caixas plásticas que estavam guardadas há imenso tempo "para alguma eventualidade" e decidi juntar todas as iguais, para melhor se encaixarem umas nas outras. Transparentes para se ver o conteúdo e evitar usar etiquetas a identificar.

Simples assim.

Restaurar Candeeiro

Cá em casa não há orçamento para peças de mobiliário, muito menos para decorações. Se for alguma coisa que faça mesmo falta, arranjamos maneira de comprar; se não for urgente, deixamos estar.

Ora, ultimamente têm vindo parar à nossa garagem objectos perdidos no fundo de sótãos, oficinas e ainda coisas minhas de solteira.

Este candeeiro estava perdido no sótão da minha sogra e estava tão sujo, cheio de teias de aranha, negro que nem se via o dourado, vejam bem os anos que devia ter lá estado sem que ninguém lhe mexesse.

Noutros tempos, eu olhava para ele e punha-o no lixo, sem dó nenhum. Hoje, já consigo olhar com outros olhos para certas coisas e dar o devido valor que elas merecem.

Não precisamos de candeeiros, pois todas as divisões da casa os têm. Mas podemos substituir algum que gostemos menos, e tornar a nossa casa de campo mais rústica. Se foi dado e apenas gastamos uns euros para restaurar, porque não aproveitar? Se o visse à venda na loja e o quisesse para a nossa casa, eu não comprava, claro que não. Não estou disposta a gastar dinheiro em algo que eu e o meu marido podemos fazer sozinhos. (E há lojas que se esticam como tudo neste género de artigos.) Deixo os candeeiros rústicos da loja para quem não se importe de gastar dinheiro neles.

Vejam só o meu, bem limpo com o limpa-metais já deu o ar da sua graça e finalizando com um spray dourado já fez um brilharete. Meti na cabeça que não ia dar mais que 2euros por abajur e consegui. Fazendo as contas já foram 10euros só nos abajures, mas valeu a pena, pois ficou lindo na minha sala!

Sê grato pelo que tens

 

Cada vez mais o nosso mundo tem uma ambição desmedida. Ambiciona-se poder, dinheiro, bens materiais. Ambiciona-se ter mais do que os vizinhos, amigos, conhecidos e, às vezes, mais até do que a própria família. As pessoas não se contentam com o que têm e, por isso, não conseguem encontrar a sua própria felicidade. Quando obtêm o que desejam, sentem uma felicidade efémera que acaba assim que desejam mais e mais. É um ciclo que se repete.

Porque não paramos para pensar no que temos de bom na nossa vida, ao invés de insistir que está tudo mal, que temos toda a gente contra nós, que não conseguimos  alcançar o que queremos e que nunca mais chega o dia  em que nos sai o euromilhões?

Parar para pensar que:

- Nem tudo está mal na vida; haverá certamente coisas boas e são essas que nos devemos agarrar.

- Nem toda a gente está contra nós; existem muitas pessoas que gostam de ti, que te amam e te querem bem. Sim, também há quem não goste de ti. Mas não se pode agradar a gregos e a troianos, senão deixas de agradar a ti mesmo e isso não pode ser.

- Conseguirás alcançar o que queres sim, tens que ter paciência, persistência e constância.

- Não esperes pelo euromilhões. Resolvia muitos problemas na tua vida sim..mas criava-te outros tantos.

A felicidade encontra-se dentro de nós, basta saber o que nos deixa tranquilos e de bem com o mundo. 

Um dos grandes males da nossa sociedade é a inveja.

Combinas um café com uma amiga que não vês desde os tempos de escola. Pões uma roupa gira, levas a tua mala mais gira e os sapatos que mais gostas. Assim que ela chega, sentes-te a pessoa mais deselegante à face da terra. Toda sofisticada, usa uma mala Louis Vuitton, sapatos Jimmy Choo e o cabelo saído do cabeleireiro. Assim que começa a falar, sentes-te a pessoa mais pobre à face da terra. Comprou há pouco tempo uma moradia a roçar a mansão, numa herdade alentejana, com o seu marido cirurgião. Ela própria esfrega-te na cara que nunca na vida vai ter filhos porque não quer abdicar do seu luxo, nem da sua vida ocupadérrima para ficar em casa a tomar conta de criancinhas (a esta altura, já tens uma lágrima no canto do olho e uma pontinha de raiva da tua amiga e do momento em que aceitaste o convite para se verem..). 

Apesar disso, e como a vossa amizade até era de muitos anos, deixas ver até onde vai a conversa e chega uma altura em que desabafa contigo e diz-te que perdeu o pai há pouco tempo com cancro e ela própria lida com um também. Bolas. Engoles em seco. Aquela figura tão chique e tão vistosa, naquele momento passa a ser uma pessoa tão vulnerável como as outras. 

Já não ouves o que ela diz. Pensas na tua vida e no quanto deves agradecer por não estares a passar pelo mesmo. Em teres saúde, em teres a tua família com saúde para celebrar a vida contigo, em teres filhos lindos, saudáveis e educados. A vida é tão curta que nem vale a pena entrarmos em comparações uns com os outros. E temos que ser gratos pelo que temos, mesmo que pouco, para vivermos bem connosco mesmos.

Sê grato pelo que tens.

DIY: Coroa de Natal

Este DIY é super fácil de se fazer, inspirei-me no Pinterest e achei tão bonito (e acessível, porque não precisei comprar nada e fiquei com uma coroa linda sem gastar dinheiro nenhum).

O que me chamou a atenção neste projecto foi o facto de se fazer com um esparguete de natação, e visto que o Gustavo já não precisa do dele, foi mais uma razão para eu fazer esta coroa. Em relação à decoração utilizei o que tinha em casa: a organza que sobrou do meu casamento, as contas que eram de um colar que eu não gostava nada e desmanchei, as bolas, pinhas e laços que eram da decoração da nossa árvore de natal branca mas estavam danificados e eu guardei. O resto do material há sempre cá por casa.

Material Necessário:
- Esparguete de Natação
- Tesoura
- Tubo de PVC
- Pistola e cola quente
- Fita-cola
- Lã
- Organza
- Fita
- Bolas de Natal, Pinhas, Laços e Contas

Para fazer a coroa:

- Cortar o esparguete com a medida desejada.
- Cortar um tubo de PVC com 15 cm e colar com cola quente ao interior oco do esparguete.
- Como vai ficar uma abertura, tem que se reforçar com fita-cola.

 

  Para decorar a coroa:
- Utilizei lã apenas para mudar a cor do esparguete (caso fosse vermelho, eu saltaria esta etapa).

- Cortar tiras de organza de maneira a conseguir dobrar ao meio e dar a volta à espessura da coroa.

- Passar as duas pontas da tira pelo arco da organza e puxar bem até prender.

- Realizar esta etapa quantas vezes desejar. Eu escolhi tapar a lã toda, apesar de se notar o vermelho.

- Com a mesma lã, passar as contas pela coroa, apenas na parte da frente (na parte de trás deixei apenas o fio sem as contas).

- Com cola quente ir colando o que se pretender. Eu utilizei bolas, laços e pinhas.
- Por último, escolher uma fita bonita para prender na porta.

Um Natal simples sem gastar muito dinheiro

Cá em casa já se fez a decoração de Natal no dia 1 de Dezembro, como é tradição. Os nossos filhos mais velhos vêem muita magia nesta época, com tantas luzes e cores. A nossa casa nova até que ficou bonitinha com a decoração natalícia, quando for para a arrumar é que vão ser elas! 

Gostamos todos bastante desta época, seja pelas decorações, pelas músicas que se ouvem pelas ruas e/ou nas lojas e pelas noites frias em que se acende a lareira.

Os miúdos mais velhos já sabem o que querem pedir ao pai Natal e, felizmente, são crianças que ficam felizes com o que recebem. Não pedem muitas prendas, apesar de as receberem, porque a família ainda é grande.

Pela primeira vez, o Natal vai ser comemorado na nossa casa, e não na casa dos pais e dos sogros, e há que planear muito para não descarrilar no orçamento de Dezembro:

- Saber quantas  pessoas vêm para almoçar e/ou jantar e planear as refeições com antecedência, sabendo de antemão que refeição fazer com as sobras. 

- Planear as compras de supermercado com antecedência, aproveitando promoções.

- Enviar postais de Natal apenas para família e amigos chegados que efectivamente estejam longe.

- Moderar o impulso de comprar prendas para todos os adultos.  

- Comprar apenas um presente para cada criança, incluindo os filhos.

- Ajudar apenas uma instituição de caridade. No Natal somos "bombardeados" com tantos peditórios e gostávamos de ajudar todos, mas é preferível ajudar um pouco mais apenas um que nos sensibiliza mais.

- Não comprar mais decorações natalícias e fazer pelo menos um DIY apenas com materiais que temos em casa.

- Guardar parte do subsídio de natal  para os meses mais complicados do ano, como o Janeiro e o Fevereiro.

Não é fácil sermos contidos nesta altura de consumismo, mas um Natal sem muitos exageros também é Natal.

A maquilhagem no meu estilo de vida

Lá por ser moderada a gastar dinheiro, não quer dizer que não invista em maquilhagem. Como qualquer mulher que goste de andar bem arranjada e bonita, a maquilhagem também é importante e deixa de ser um assunto fútil quando se trata da auto-estima de uma pessoa.

A frugalidade não implica andar desleixada e desmazelada só para não gastar dinheiro, mas sim aplicar o dinheiro em algo que se tenha a certeza que se vai gastar ATÉ AO FIM, para que não se ande sempre a comprar. 

Antes de eu enveredar por este estilo de vida, comprava bastante maquilhagem, muita da qual nem chegava a usar porque não gostava e acabava por dar a amigas, e outra que usava umas vezes e deixava para um canto esquecida até que se estragava e tinha que deitar fora.

Na correria das manhãs cá em casa, entre as idas à casa-de-banho às 7h10 do Gustavo e da Constança, dos pés descalços da Benedita porque a malandra tirou as meias e tenho que me apressar a vesti-la porque senão também tira as calças do pijama; entre vestir e despir a Constança porque não gosta do vestido, nem da saia e lá consigo pôr-lhe uma camisola da princesas da Disney que ela goste; entre a Benedita a espalhar no chão tudo quanto seja elásticos dos cabelos, bandeletes, Pinipons e Little Pet Shops; entre conseguir vesti-los todos, arrumar camas e quartos e mandá-los para baixo para tomarem o pequeno almoço antes das 7h50, consigo finalmente pôr um pouco de cor nesta cara!

Tenho o suficiente e necessário para mim: Base, Pó, Corrector, Sombras, Lápis e Rimel.

Se eu gostava de ter mais maquilhagem? Gostava. Se eu queria ter mais maquilhagem? Queria. Se eu preciso de mais maquilhagem? Não.

É o princípio da frugalidade. Saber distinguir o querer do precisar!