Mudei radicalmente a minha opinião acerca deste tipo de loja desde o último ano. Quando ouvia falar em artigos em 2ªmão, eu pensava em "estragado", "roto", "sujo", "com borbotos", "velho", "fora de moda", entre outros adjectivos menos agradáveis, hoje a minha opinião é totalmente contrária.
Sempre aceitei de bom agrado toda a roupa de familiares (à excepção de interiores, por razões óbvias!), tanto para mim, para o meu marido e para o meus filhos. E isso nunca me meteu impressão. Mas a comprar, ao menos que comprasse NOVO. Com ou sem marca, mas a estrear. Mas desde que descobri uma loja que vende artigos usados de puericultura e vestuário de criança (do género Kid-to-Kid), que eu só gostava que existisse uma loja para roupa de homem e senhora deste género aqui na zona onde moramos.
O que me fez mudar de ideias?
Descobri por mero acaso esta loja porque andei à procura de um sling para a minha 3ªfilha (na altura eu ainda estava grávida). Recomendaram-me esta, que por acaso era da mamã de um amiguinho da creche do meu 1ªfilho. Comprei o sling e gostei logo bastante do atendimento, apesar de olhar para os artigos expostos na loja com alguma desconfiança.
A Benedita nasceu e, passados largos meses, deixei de precisar de muita coisa: alcofa e suporte, cortinados de bebé, sapatinhos novos, roupa que nunca cheguei a usar, esterilizador, bomba, biberões praticamente novos, ninho, aquecedor de biberões, chuchas novas ainda na embalagem, cama de grades com pouco uso porque estava na casa da avó, entre outras coisas muito bem estimadas.
A minha intenção era dar a alguma prima que tivesse bebés a seguir a mim, mas nunca mais aparecia nenhuma cegonha. Eu até podia ficar com as coisas, mas o espaço já estava a ficar reduzido. Mesmo que venha o quarto filho, são coisas que dispenso bem e não voltaria a comprar, sem dúvida.
Até que me lembrei da rapariga da loja, porque ela tinha me dito que comprava as coisas em bom estado quando eu não precisasse.
Lá fui eu falar com ela. Chegámos a acordo, mas o dinheiro era-me dado em crédito na loja, ou seja, ela não me dava em dinheiro, mas sim em artigos à minha escolha. Ora bolas. Possa, agora ter que trazer artigos usados e sabe-se lá por quem??
Até que vistas bem as coisas:
- A rapariga avaliou todos os artigos que lhe levei, um a um. Inclusive houve artigos que ela recusou a aceitar porque estavam com algum defeito, mesmo mínimo;
- A loja está bem localizada no centro da cidade, com grande movimento de pessoas, não está em nenhum beco escondida;
- A loja está muito bem organizada, em puericultura pesada, vestuário (por idades e géneros), calçado e brinquedos, não está tudo ao monte.
De certa forma, conseguiu cativar a minha confiança. Até que fui pela primeira vez descontar uma parte do meu crédito. Demorei a escolher, mas consegui trazer jogos e peças de roupa bem estimados, a parecer novos mesmo, e a preços impensáveis em lojas de artigos novos. Fui algumas vezes, pois fiquei com bastante dinheiro em crédito e as coisas neste tipo de lojas são tão baratinhas que demorei imenso tempo a abatê-lo.
A minha última aquisição para a Constança (que de nós todos é a que precisa de mais roupa):
Trouxe marcas como Burberry e Agatha Ruiz De La Prada a preços mesmo baixinhos, mas foi pura sorte, porque costumam desaparecer logo.
Com esta compra acabei com o crédito que tinha em loja, mas uma coisa eu tenho a certeza. Vou continuar a fazer lá compras, seja roupas ou brinquedos. Poupa-se tanto, mas tanto dinheiro!